Este blog é direcionado às aulas de Português da professora Veridiana, contendo textos realizados durante o ano de 2011.

sábado, 24 de setembro de 2011

Grandes, porém pequenos




                       O mundo é assim, uma guerra atrás da outra, a corrida pela busca nas potências mundiais, a briga pelo petróleo e por propriedades de outros países. Estados Unidos querendo tirar a Amazônia do Brasil, alegando que o mesmo não fazia bom uso dela, ironia pensar que se o Brasil não fazia bom uso da Amazônia, como um dos países que mais polui e consome as fontes naturais do mundo de modo desmedido poderia fazer algo para melhorar isso. 
            Guerras são assim, os grandes disputam e os menores arcam com as consequências, consequências essas que acarretam prejuízos enormes, tanto para o país, quanto para a sociedade, afinal, quando um país entra em crise, a primeira medida adotada para ele se manter, é o aumento de impostos, não há reajuste salarial, mas o governo continua exigindo quantias exorbitantes. 
                    Enquanto isso, esse dinheiro que deveria ser usado para cobrir despesas e tentar corrigir erros econômicos são desviados por nossos governantes, que de "políticos" não tem nada. Utilizam da má índole para prejudicar aqueles que os sustentam e acabam por serem pisoteados, mesmo quando ousam alguma reivindicação. Sem revolução não há modificação. Crianças nas ruas passando fome, frios rigorosos para aqueles que não têm o que vestir e nem onde habitar fazem crescer o orgulho que já dominou Brasília e avassalou uma sociedade. O planalto está tão cercado de interesses políticos, quanto à sociedade de bombas prestes a explodir. Mães em busca de proteção à filhos, mendigos em busca da substituição do papelão para suas casas apelam para que interesses políticos se modifiquem para políticos interessados naquilo em que os cabem. 
                 A luta pelo poder não vai mudar, é a mesma durante anos, questões sociais, políticas e econômicas são colocadas acima de todos e de tudo. O mais importante é lembrar que não podemos ficar parados, um pequeno é só um pequeno, mas com outros milhões de pequenos se tornam gigantes.

Valores, onde estão?



               Paro pra pensar e me dou conta do que vivi até aqui. Amigos que conquistei, obstáculos que superei, das pessoas que passaram por mim e marcaram minha vida e daquelas que não tiveram nenhuma importância cujo nome já não lembro mais. 
                  O tempo passa, percebo que tudo que construí durante meu percurso não foi à toa, nunca fui de acreditar nisso de que “as coisas acontecem pois está escrito que é para acontecer”, pessoas entram e saem das nossas vidas decorrente de nossas ações, e não porque é assim que tem que ser. Somos os senhores do nosso próprio destino. 
              E nesse fluxo migratório de pessoas, conseguimos distinguir quem é de verdade e quem é de mentira, tudo isso graças aos valores que nos são passados. Então, percebo que todos os ensinamentos e cobranças de meus pais tiveram uma grande importância na formação do que sou hoje. Valores que considero inestimáveis se perdem no meio de tecnologias descartáveis. 
                   Logo pensamos que o culpado para esses valores éticos e morais terem se perdido no tempo é a nova geração. E é. Contudo, toda essa culpa não pode cair somente sobre nós. Pais reprimidos acham que a solução é liberar os filhos para fazer o que eles não tiveram oportunidade e erram nesse ponto, de achar que a liberdade total trará a felicidade, tornando-se permissivos em excesso e confundindo liberdade com libertinagem. A sociedade capitalista exige que os pais trabalhem em longas jornadas, afim de que possam sustentar os pedidos desmedidos de seus próprios filhos. Isso acarreta a ausência dos pais que, cada vez mais, querem suprir sua falta através de coisas materiais. 
                  Comum hoje é ver crianças com os mais novos modelos de celulares, ipods circulando como se fossem livros, máquinas digitais sem os quais dizem não conseguir viver. 
              Estamos na era da facilidade, respostas prontas no Google, comunicação com o mundo todo através de um simples clique, valorização de amigos virtuais que se quer conhecem. É a era do dinheiro substituindo Deus, das pernas sendo substituídas pelos carros, do cérebro pelo computador, da cultura pela televisão, da diversão pelos videogames, de cada um por si e do amor próprio. 
                   Já dizia a minha avó, “é de pequeno que se torce o pepino”. É preciso que a valorização humana seja reiniciada. Há a necessidade da imposição de limites, lembrando que estes são demonstrações de preocupação para com o outro. Pequenos gestos ou atitudes como um simples sorriso deveriam perpetuar pela espécie humana. No entanto, estes são esquecidos com a velocidade que a vida passa. E, infelizmente, nessa vida corrida não se tem nem mais tempo para valorizar o que realmente importa.


quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Deixando fluir o curso natural

               É simplesmente fantástica a forma como uma palavra solta é só uma palavra. Porém, juntando-a com várias outras, ela pode se tornar uma grande ideia. E essa ideia pode não ter importância para alguém, mas pode ser de extrema importância para você. Para algo ser simplesmente fantástico não precisar ser algo grandioso, material e muito menos caro, só precisa ter algum significado. 
         Simplesmente fantástico como um sorriso no meio de uma segunda-feira chata que muda completamente seu dia; aquela festa do pijama com as amigas que, por trás dela, esconde diversão, amizade e companheirismo. O almoço que se torna especial quando a mãe faz a sua comida preferida, quando o filme que marcou a sua infância passa na sessão da tarde, uma música que você escutou e mesmo depois de anos consegue lembrar exatamente do que aconteceu quando a ouviu pela primeira vez, ou aquela simples árvore que, com enfeites, se transforma em um lindo símbolo natalino, e nada mais fantástico que a magia do Natal, não?
               Chego à conclusão de que o mundo é simplesmente fantástico, só depende do ponto de vista. Para as coisas adquirirem beleza, elas só precisam ser observadas com outros olhos. Aí tudo acaba com aquela letra de música, “o universo todo numa flor, quanto amor”. 
                  Ora da contradição, caros amigos... Não vamos ser hipócritas, apesar do mundo ser fantástico, ele está aí, cercado de coisas ruins e de pessoas prontas para sugarem sua felicidade. É aquela velha história de “quero te ver bem, mas não melhor do que eu”. 
                  E são nesses momentos de fraqueza, após ter toda sua felicidade sugada, que você se vê cercada de problemas e esquece totalmente que momentos simples podem se tornar simplesmente fantásticos, e que, por mais que não pareça, a felicidade se encontra nas coisas mais simples da Terra. 
                   Incrível é como nós seres humanos complicamos as coisas e transformamos algo simples em algo absurdamente complicado. E muitas vezes o vilão que faz com que dificultamos é mais conhecido como orgulho. Orgulho aqueles que não te deixa pedir desculpas, ou dar um abraço e falar para alguém o quanto essa pessoa é importante na sua vida. 
                   Do lado de fora, falar para deixar o orgulho de lado parece fácil, mas não é. Mudar não é fácil, mas necessário. Tem que ter força de vontade e lembrar sempre que o ter não pode se sobressair ao ser e que um dia ou outro você será recompensado se coisas boas fizer. E que não é tão simples, mas dá para aprender. 
                   O segredo é deixar fluir o curso natural da vida, deixar o sapo virar príncipe, a gota virar a onda, as notas virarem a melodia, a estrela virar a constelação, e o mais importante, deixar o simples, se tornar simplesmente.

O amor é uma droga


                          Em pleno século XXI será que ainda existe amor? Com tantas preocupações, tantos compromissos, tanta tecnologia... Em plena era prática somos muito mais razão do que coração. Tudo virou descartável, nada dura por muito tempo, nem o amor.                                                   
As histórias de amor estão em desuso, não há mais espaço para o amor de antigamente, aquele amor caloroso, amor com cara de “Para vida inteira”. Não sei se é culpa dos ponteiros do relógio que parecem completar giros cada vez mais rápidos, fazendo com que todos corram atrás deles, ou se é culpa das pessoas que cada vez mais criam barreiras maiores para não se exporem ao risco de levar uma flechada do tal cupido.
                              O número de namoros aumentou consideravelmente, com a pequena diferença de que hoje em dia a concepção de namoro é muito diferente de antigamente, e que a sociedade é um tanto mais liberal. Esses novos namoros são aqueles que pulam tantas etapas que em dois meses já estão no fim. É o amor do “eu sou loucamente apaixonada por você” no primeiro beijo, o amor de “eu não vivo mais sem você” na semana seguinte, o amor de apresentar aos pais sem nem saber se a pessoa que está com você é realmente aquela que você ama. Começa e termina o relacionamento em um piscar de olhos, porque a magia da paixão acabou e você percebe que existe, sim, uma diferença entre amor e paixão. Paixão é aquela coisa de pele, é euforia, loucura, é como um vendaval que chega agressivamente e destrói tudo a sua volta. Já o amor é duradouro, chega com calma, cresce de maneira progressiva, como uma brisa. Um complementa o outro, sendo que a paixão pode vir sozinha, já o amor não.                                                   
                            Relacionamento acabado, e para não correr o risco de se apaixonar e ter o coração partido novamente, as pessoas optam por ir para festas e beijar mais de um por noite, Aí é que surge um novo sentimento, totalmente futurista, totalmente século XXI, o sentimento do “pegar, mas não se apegar”. Parece que virou regra entre os adolescentes, não tem por que amar e se envolver, se em uma simples festa você pode suprir o desejo de ter alguém por uns instantes e ir para a casa sem se preocupar em dar satisfações a ninguém. 
                          Não vamos tão longe, hoje não precisa sair de casa para ter um relacionamento, o computador está aí e, em um simples clique, você se conecta com o mundo todo, e nesse mundo vai que surja alguém parecido com você. E, sem pensar, você entra em um relacionamento tecnológico que é bom para o ego, mas não tem futuro. Relacionamentos à distância não duram, e aí é mais uma decepção para usar o bordão “vamos beber, porque namorar tá fod...”.
                             Feliz de quem pode nesse século internético conservar a essência do romantismo, a mesma vista em filmes e livros, a que alimenta nossas fantasias, por mais que a realidade não comporte devaneios. Mas não vamos ser hipócritas, o amor quando não correspondido é uma droga.

Saudades



Almoço de família é tudo igual, né? Mesa farta, família reunida, gritaria misturada com o barulho da televisão. Um coloca a mesa, outro faz o almoço e o resto lava a louça... Todo mundo colaborando para poder sentar à mesa e deliciar-se com a comida da avó.                                      
Pode ser o tradicional churrasco de domingo, a pizza de sábado, o feijão de segunda ou a macarronada de terça. Bom mesmo é ver todo mundo que você gosta compartilhando do mesmo momento que você. Sejam eles com a sua mãe e suas tias falando das escolas que trabalham, do seu padrinho e seu tio comentando do quartel, sua madrinha das madames que passam o dia fazendo compras na loja, sua prima, você e sua irmã das provas da escola, a avó prestando atenção em tudo e o seu primo bebê fazendo graças para animar o almoço.                                      
Mas aí você para pra pensar e olha para o lado... está faltando alguém, não está? Faltam duas pessoas que sempre fizeram parte da sua vida. Falta alguém para olhar para você na mesa e chamá-la de “princesinha do vovô”. Falta alguém com aquele coração enorme, que com a maior disposição levanta da mesa e fala: - “ Já que você não gosta do almoço de hoje, deixa que a bisa faz arroz com batatinha pra você, Paola”                                                                                           
 Eles fazem falta, aliás, a gente sente falta de tudo o que a gente gosta. É aquele tal momento nostálgico, sabe? Todo mundo sabe do que eu estou falando, por mais clichê que seja. 
  Mas a gente supera, e a dor... por mais que não acabe, ameniza. E aí você olha para o lado de novo, quem você ama está ali, ao seu lado. É isso que importa, você não precisa de mais nada. E é isso que torna os almoços de família os melhores momentos da minha vida.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Sentimento Coletivo

Às vezes tudo o que a gente sente é confusão. Às vezes a gente não sabe o que dizer, ou o que fazer, nem mesmo o que pensar, e acaba fazendo besteira. Talvez aprendamos muito mais com os equívocos, do que com as glórias, ou simplesmente não significa nada. Pode ser que o nada nos preencha, complete um espaço que na verdade não existe, ou pensamos não existir, por acreditarmos que exista apenas aquilo que a gente vê. Passamos tempo demais insistindo em objetivos fracassados, talvez, na verdade não tenhamos um objetivo de verdade. Nos escondemos, nos enganamos, pensamos ser aquilo que achamos que somos, ou o que os outros acreditam que somos. Não percebemos que não perdemos nada em ser o que sentimos, em dizer o que sentimos, em fazer o que sentimos, ou simplesmente sentirmos, e quando isso acontece, muitas vezes é tarde demais. Acontece que não enxergamos que o tarde demais não existe, e somente a morte não tem remédio. Choramos, brigamos com nós mesmos, temos crises, ganhamos, perdemos, caímos, levantamos, pensamos, sonhamos, desistimos,… paramos, e nos damos conta de que perder não é mais que hesitar, somos o anjo do nosso próprio pesadelo, nós construímos nossa prisão, ou melhor, nós escolhemos ficar presos e não enxergamos que somente nós podemos nos libertar, se a liberdade existe mesmo! Pois, nascemos aprisionados e modelados por tudo que nos cerca. E quando percebemos que a vida é bem maior e ampla, queremos nos desaprisionar, porém antes de começar, já estamos cansados, porque todos os nossos fracassos e decepções nos empurram para a auto-destruição, e quando percebemos que perdemos tempo demais com objetivos inúteis, nos resta somente a certeza do inevitável, do irremediável, do indiscutível - a morte. No fim da vida, há aqueles que pensam que se não vivemos por nada, ao menos devemos morrer por algo, há também quem pense que não faria nada diferente do que fez em toda sua vida, porém passa sua vida toda à procura da “felicidade”, e não se dá conta que suas escolhas traçaram sua insastisfação. Tudo o que passamos, pensamos e fazemos faz parte de nossos sentimentos coletivos egoístas que está tão perto de nossos olhos e apenas não podemos enxergar.