Este blog é direcionado às aulas de Português da professora Veridiana, contendo textos realizados durante o ano de 2011.

domingo, 20 de novembro de 2011

Meritocracia: qual o melhor modo de usar?



   Meritocracia (do latim mereo, merecer, obter) é a forma de governo baseado no mérito. As posições hierárquicas são conquistadas, em tese, com base no merecimento, e há uma predominância de valores associados à educação e à competência. Significando que, para obter, é necessário merecer.
    A meritocracia, segundo Marx, deveria estar associada à burocracia, começando pela hierarquia estatal de uma empresa, na qual, funcionários são selecionados através de concursos, podendo, assim, provar sua capacidade profissional. Segundo estudiosos, além de valorizar os melhores funcionários, com os melhores resultados, a meritocracia faz com que pessoas competentes permaneçam em seus cargos. Assim, o profissional é beneficiado com a valorização de seu trabalho e com vantagens financeiras e a empresa com o aumento de seus lucros. 
 Erra quem acha que favorecimento é um termo que se refere às decisões que se baseiam exclusivamente em critérios meritocráticos. O nepotismo é muito mais comum do que pensamos, e nele não existe nada de merecimento, além do protecionismo, entre empregado e patrão que acaba por favorecer os seus preferidos dentro da empresa e aqueles que não questionam a tomada de suas decisões.                                Infelizmente a meritocracia não é bem implantada socialmente, fazendo ainda valer o poder aquisitivo e status social, exemplo do Ronaldinho Gaúcho, que recebeu da Academia Brasileira de Letras a medalha Machado de Assis, muito conceituada entre intelectuais e amantes da língua portuguesa. Um vídeo da emissora SBT ganhou grande repercussão essa semana na internet, quando um jornalista questionava o merecimento do jogador, afinal o que ele faz bem é dominar uma bola com os pés, será que este mesmo jogador se quer já leu um livro na vida? Pessoas estudiosas, contribuintes com a cultura social, professores, escritores, doutores... Quando estes serão valorizados? Até quando os que merecem destaque morreram anonimamente? Enquanto atitudes como esta continuarem acontecendo impunemente no Brasil, diminuirá consideravelmente o interesse a educação e cultura, e aumentará cada vez mais o número de crianças que preferem jogar futebol a ler um livro.


quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Nem tudo é o que parece


                Fama, qual o preço para obtê-la? Sabemos que o mundo dos famosos gira ao redor de uma simples palavra: SUCESSO. Porém, sucesso, não é algo que vem sozinho, ele é fruto de vários plantios. Plantios que não nascem e nem crescem de um dia para o outro, mas que resultam de longos anos de trabalho.                                                                                                                                 
                A sociedade acaba cobrando dos famosos que, para serem bem vistos, precisam realizar ações em prol de um bem comum. Esse bem comum pode ser associado a crianças, idosos, animais, ecologia, e por aí vai. O que na maioria das vezes passa despercebido é que, se esse apoio às causas sociais e ambientais é realmente válido, se é feito de coração, por real adesão à causa, ou é baseado em interesses. Até mesmo a Xuxa, “a rainha dos baixinhos”, que lida e faz campanhas diretamente com crianças, já foi acusada de ser cruel com os pequenos. 
                 Não podemos perder as esperanças. Assim como nem todo político é corrupto, nem todo famoso é falso. Famosos como Luciano Huck e sua mulher estrelam diversos comerciais e usam parte de seus cachês para ajudar necessitados. Angelina Jolie e Madonna são muito conhecidas, não só pelo sucesso que fazem em palcos e cinemas, mas por adotarem crianças carentes do sul da Europa. 
          Obtenção mercadológica própria, vaidade pessoal ou real interesse pela causa, não importa. Infelizmente, o mundo não é justo o suficiente para separar o certo do errado. Famosos continuarão fazendo o que fazem, recebendo seus cachês, ou ajudando ONG’s com seus trabalhos voluntários. O que resta é a sociedade acordar e ver que nem tudo é o que parece.

sábado, 12 de novembro de 2011

Não há recompensa sem esforço


Futuro, palavra incerta que nos remete a atos, do passado e do presente, atos esses que geram consequências que podem mudar o percurso da vida.                                                                             
A condição social e econômica implica fatores que auxiliam para o bom desenvolvimento humano, seja ele físico ou mental. Condições básicas precárias fazem com que a saúde fique em segundo plano, a falta de alimento em casa é um dos fatores que mais levam jovens ao mundo das drogas e dos crimes. Com tanto caos, a vida parece se tornar um dilúvio, onde nada mais dá certo. Essas consequências atrapalham o estudo, que impede a qualificação profissional, que acarreta no desemprego e no desespero, fechando, assim, mais um ciclo vicioso de miséria e desamparo.                                                                                                                  
 Se não houvesse solução para este problema, estaríamos arruinados, visto que o Brasil comporta uma grande população carente. Aos que não tiveram sorte de nascer em “berço de ouro”, resta a batalha, lutar pelos seus objetivos, priorizar o estudo e saber que quem acredita sempre alcança, que será necessário conciliar estudo e trabalho, que serão madrugadas acordando antes do sol raiar, que “falta do que fazer” se tornará uma expressão desconhecida. O relógio vai correr, e será necessário correr contra ele.                                                                                      
 Após toda essa batalha o objetivo será atingido, o futuro não será mais determinado pela condição social e sim pelo desempenho obtido. Esse esforço lhe renderá bons frutos. Um bom emprego, um carro legal, bons cursos para uma melhor capacitação... e dinheiro. Dinheiro para colocar comida na mesa, pagar planos de saúde, investir na educação dos filhos e não deixar que o ciclo da miséria se repita por mais gerações.

Ler para crescer

             
                A leitura não é apenas uma das ferramentas mais importantes para o estudo e o trabalho, é também um dos grandes prazeres da vida. Num mundo onde cada vez mais os meios de comunicação dominam o interesse das novas gerações, os pais dificilmente se preocupam em criar nas crianças hábitos de leitura. Pesquisas apontam que 43% das crianças e adolescentes brasileiros não leem. Para 57% deles, o principal entretenimento é a televisão, com a qual gastam mais de três horas por dia.                                         Os benefícios da leitura são perceptíveis no comportamento, na facilidade de expressão dos jovens, na ampliação da criatividade e vocabulário, no poder de argumentação, organização do pensamento e compreensão. Muitos jovens são descrentes em relação a um futuro melhor, só anseiam pela aparência de uma boa vida repleta de entretenimentos e luxos, esquecendo que nos livros o futuro se encontra em formas de palavras. Embora não sejam essas palavras que determinarão suas vidas, mas transmitirão a maturidade e inteligência que tem suas mentes. O jovem e o livro viverão um ciclo de amizade inesgotável quando fizerem as pazes. Fazer com que o universo literário se torne atrativo às crianças que vivem no mundo instantâneo da tecnologia é utópico.                                                                                                              
                   O papel dos pais é levar a criança ao mundo imaginário da leitura, proporcionando-lhes histórias onde o ”faz de conta" fique apenas na história contada. A realidade se modifica junto ao futuro que, mesmo julgado por incerto, vai criando linhas imaginárias em que a leitura é o traçado principal. Ler para seu filho quando ainda é pequeno pode fazê-lo associar a leitura a momentos de prazer e aconchego, mesmo antes de eles saberem a ler. Eles vão acostumando seus ouvidos às fantasias que acabam proporcionando um desenvolvimento de expressão. As crianças adquirem os hábitos dos pais, se ela nunca os vê lendo, provavelmente não virá a se interessar por livros. Ir a bibliotecas e livrarias, tornando disso um hábito familiar é caminhar em direção ao conhecimento.                                                                                            
             Pais preferem comprar roupas de grife a livros que são pedidos pela escola, ocorrendo uma inversão de valores na troca do essencial pelo supérfluo. Por mais que o dinheiro não compre conhecimento, ele auxilia em mecanismos indispensáveis para o desenvolvimento cognitivo da mente humana. O fato dos pais não valorizarem o livro justifica a mediocridade e a acomodação em que grande parte da sociedade se encontra.


Refém do Tempo



Nos dias de hoje as coisas se baseiam no ter e não no ser, não importa os valores e as virtudes, o que importa são os números que rodeiam a conta bancária. O certo seria prezar a boa música, as reuniões em família, as amizades verdadeiras, as festas de fim de ano, o estudo conquistado com suor e as mordomias que a vida proporciona, mas tudo isso só acontecia no passado, e infelizmente, passado esse já distante. Com analogias feitas entre passado e presente nada é mais comum do que querer voltar no tempo, sentir que essa geração já não lhe pertence mais, mesmo que tenha nascido nela, ainda restam ensinamentos passados que lhe tornam diferentes dos seres não pensantes que hoje formam essa nova sociedade.  No tempo dos nossos avôs não existiam telefones celulares, garrafas pet e nem isopor, quando a vida não era mais fácil, porém melhor aproveitada. A sociedade de hoje vive a base de roupas de marca, eletrônicos de última geração, de amizades virtuais, de lanches rápidos para não se sentar a mesa e manter um diálogo com a família, onde um simples “como foi seu dia?” parece arrancar pedaços.                                                                                                                                                
A magia acabou. O relógio corre rápido demais, e o tempo para fazer coisas simples é deixado de lado.  Alimentamos pensamentos utópicos, mas o tempo das brincadeiras do fim da tarde parece não existir mais, as vinte e quatro horas do dia continuam as mesmas, porém as prioridades são outras. A geração do trabalho massacrante, de viver para trabalhar, tudo isso para sustentar vícios infindáveis, para não fugir do padrão que a sociedade idealiza. Sociedade individualizadora, que cultiva ao material, consome exacerbadamente e discrimina por classes sociais, a maioria continua exaltando o luxo e a propriedade privada, uns com muito, outros com tão pouco, o capitalismo mais uma vez desequilibrando cadeias populacionais, mostrando a deficiência do governo e a falta de capacidade crítica do povo para mudar isso.           Mudanças radicais ocorrem de uma década para outra, o homem moderno é racional e impaciente, tem como objetivo ser melhor do que os outros, em um mundo onde a troca de informações é rápida e facilitada a busca pelo novo se torne algo constante. Tudo é imediato, o homem age sem pensar, para que tempo esse de pensar não seja desperdiçado. Somos reféns do tempo. Sem senso crítico fundamental para a vida, deixamos futilidades tomarem conta do que precisa ser preenchido por bons e puros sentimentos. A mídia exerce grandes influências e não podemos nos deixar levar, pois luxo e poder não são nada perto de amor e sinceridade. Essa escolha entre o material e o sentimental muitas vezes traz sérios prejuízos à população, que por escolher sentimentos rápidos e fáceis não sabe lidar com coisas maiores. A mente fica fragilizada e o mar de escolhas se fecha a nossa frente.                                     
Devemos buscar a felicidade em coisas simples, que não podem ser produzidas por máquinas, industrializadas e exportadas em grandes remessas.  A geração de hoje não se pode deixar levar, esquecem que caixão não tem gaveta e que dessa passagem a única bagagem levada é a aprendizagem, bagagem essa que não é carregada em bolsas da Dolce e Gabbana, bagagem que não pode ser descartada. Parem pra pensar, os conselhos de pais, e avós sempre tem bons fundamentos, que nunca perdem a validade e que são facilmente utilizados em qualquer situação. Há algo que move à todos com a mesma força vital, a busca da felicidade e a realização pessoal. Temos que ter em mente que é uma dádiva estar vivo, de que os caminhos são lindos, e é necessário caminhar.

Homens de bigode.

sábado, 24 de setembro de 2011

Grandes, porém pequenos




                       O mundo é assim, uma guerra atrás da outra, a corrida pela busca nas potências mundiais, a briga pelo petróleo e por propriedades de outros países. Estados Unidos querendo tirar a Amazônia do Brasil, alegando que o mesmo não fazia bom uso dela, ironia pensar que se o Brasil não fazia bom uso da Amazônia, como um dos países que mais polui e consome as fontes naturais do mundo de modo desmedido poderia fazer algo para melhorar isso. 
            Guerras são assim, os grandes disputam e os menores arcam com as consequências, consequências essas que acarretam prejuízos enormes, tanto para o país, quanto para a sociedade, afinal, quando um país entra em crise, a primeira medida adotada para ele se manter, é o aumento de impostos, não há reajuste salarial, mas o governo continua exigindo quantias exorbitantes. 
                    Enquanto isso, esse dinheiro que deveria ser usado para cobrir despesas e tentar corrigir erros econômicos são desviados por nossos governantes, que de "políticos" não tem nada. Utilizam da má índole para prejudicar aqueles que os sustentam e acabam por serem pisoteados, mesmo quando ousam alguma reivindicação. Sem revolução não há modificação. Crianças nas ruas passando fome, frios rigorosos para aqueles que não têm o que vestir e nem onde habitar fazem crescer o orgulho que já dominou Brasília e avassalou uma sociedade. O planalto está tão cercado de interesses políticos, quanto à sociedade de bombas prestes a explodir. Mães em busca de proteção à filhos, mendigos em busca da substituição do papelão para suas casas apelam para que interesses políticos se modifiquem para políticos interessados naquilo em que os cabem. 
                 A luta pelo poder não vai mudar, é a mesma durante anos, questões sociais, políticas e econômicas são colocadas acima de todos e de tudo. O mais importante é lembrar que não podemos ficar parados, um pequeno é só um pequeno, mas com outros milhões de pequenos se tornam gigantes.

Valores, onde estão?



               Paro pra pensar e me dou conta do que vivi até aqui. Amigos que conquistei, obstáculos que superei, das pessoas que passaram por mim e marcaram minha vida e daquelas que não tiveram nenhuma importância cujo nome já não lembro mais. 
                  O tempo passa, percebo que tudo que construí durante meu percurso não foi à toa, nunca fui de acreditar nisso de que “as coisas acontecem pois está escrito que é para acontecer”, pessoas entram e saem das nossas vidas decorrente de nossas ações, e não porque é assim que tem que ser. Somos os senhores do nosso próprio destino. 
              E nesse fluxo migratório de pessoas, conseguimos distinguir quem é de verdade e quem é de mentira, tudo isso graças aos valores que nos são passados. Então, percebo que todos os ensinamentos e cobranças de meus pais tiveram uma grande importância na formação do que sou hoje. Valores que considero inestimáveis se perdem no meio de tecnologias descartáveis. 
                   Logo pensamos que o culpado para esses valores éticos e morais terem se perdido no tempo é a nova geração. E é. Contudo, toda essa culpa não pode cair somente sobre nós. Pais reprimidos acham que a solução é liberar os filhos para fazer o que eles não tiveram oportunidade e erram nesse ponto, de achar que a liberdade total trará a felicidade, tornando-se permissivos em excesso e confundindo liberdade com libertinagem. A sociedade capitalista exige que os pais trabalhem em longas jornadas, afim de que possam sustentar os pedidos desmedidos de seus próprios filhos. Isso acarreta a ausência dos pais que, cada vez mais, querem suprir sua falta através de coisas materiais. 
                  Comum hoje é ver crianças com os mais novos modelos de celulares, ipods circulando como se fossem livros, máquinas digitais sem os quais dizem não conseguir viver. 
              Estamos na era da facilidade, respostas prontas no Google, comunicação com o mundo todo através de um simples clique, valorização de amigos virtuais que se quer conhecem. É a era do dinheiro substituindo Deus, das pernas sendo substituídas pelos carros, do cérebro pelo computador, da cultura pela televisão, da diversão pelos videogames, de cada um por si e do amor próprio. 
                   Já dizia a minha avó, “é de pequeno que se torce o pepino”. É preciso que a valorização humana seja reiniciada. Há a necessidade da imposição de limites, lembrando que estes são demonstrações de preocupação para com o outro. Pequenos gestos ou atitudes como um simples sorriso deveriam perpetuar pela espécie humana. No entanto, estes são esquecidos com a velocidade que a vida passa. E, infelizmente, nessa vida corrida não se tem nem mais tempo para valorizar o que realmente importa.